Pioneira no YouTube, ela conquistou o seu público com muito humor e autenticidade. Conheça a história de Cacai Bauer, a jovem com síndrome de Down que revolucionou as redes sociais:
Natural da Bahia, Cacai Bauer é pura espontaneidade. Em 2016, com um empurrãozinho da família, ela iniciou seu trabalho como influenciadora digital e se consolidou como a primeira youtuber com síndrome de Down do Brasil. A ideia de criar um canal surgiu com a irmã Luiza, que tinha o sonho de fazer covers no YouTube e, depois, desistiu. Cacai se empolgou com a iniciativa e deu certo! No YouTube ela conta com 275 mil inscritos e no Instagram mais de 56 mil seguidores.
Nas redes sociais, Cacai faz vídeos de dança, humor, tutoriais de maquiagem e também fala sobre conscientização da síndrome. “Quero mostrar que as pessoas podem seguir seus sonhos e que todos nós somos capazes”, explica. E foi assim, de maneira bastante descontraída, expondo experiências pessoais e aprendizados, que ela entendeu que havia se tornado uma verdadeira influenciadora digital.
Em 2019, três anos após a inauguração do canal, surgiu o primeiro convite para participar da campanha de uma grande operadora telefônica. Hoje, aos 25 anos, Cacai é a integrante com a maior renda em seu ambiente familiar. “Entendemos que o propósito do canal é ajudar e dar voz às pessoas com Down e suas famílias”, explica Jana Bauer, mãe e produtora do canal Cacai Bauer. Sempre que surge um projeto novo, a família se reúne para definir os melhores caminhos, mas a palavra final é sempre da Cacai, que está envolvida – e participa – em todos os processos da produção de conteúdo.
A número 1 do YouTube
Ser a primeira Youtuber com síndrome de Down, com toda certeza, incentivou outras pessoas com Down a se aventurarem na plataforma. “Para nós, foi um retorno muito positivo e gratificante. Ter a oportunidade de mostrar que pessoas com síndrome de Down não tem motivos para ficarem escondidas, é uma grande vitória”, afirma Jana. Muitos pais, segundo ela, agradecem e elogiam o pontapé inicial dado por sua filha.
Quando o assunto é representatividade, Cacai e Jana concordam que o cenário está mudando, mas ainda existe muito a ser feito no mercado publicitário. “É um caminho longo e cheio de barreiras, mas a gente evoluiu bastante. Há cinco ou seis anos, ter uma pessoa com síndrome de Down fazendo publicidade era impensável”, explica Jana. O importante, segundo ela, é mostrar que esse jovens são capazes de fazer o mesmo que qualquer outra pessoa. “Quanto mais atípicos tivermos no ambiente digital, mais encorajamos outros. Esse ciclo de motivação é ótimo para aumentar a representatividade”, enfatiza.
Para ser um bom influenciador é preciso…
“É preciso ser autêntico, ser simpático e nunca desistir do que você acredita”, afirma Cacai. Vale ressaltar que é preciso gostar muito do que você faz e, principalmente, fazer com amor. “Não dá para fingir ou criar uma personagem, porque as pessoas querem acompanhar o seu dia a dia, querem vivenciar a sua realidade”, explica Jana. Outra dica da mestre Cacai: não se preocupe com número de likes! Faça o seu trabalho pensando naquilo que o seu público gosta e se divirta ao produzir os conteúdos.