Num momento no qual o mundo está parado e a prioridade é exclusivamente a sobrevivência, falar sobre moda pode parecer supérfluo. No entanto, esse setor movimenta bilhões de dólares pelo mundo e estima-se que, só no Brasil, empregue diretamente cerca de 1,5 milhão de pessoas e 8 milhões indiretamente.*
Muito distante de ser algo fútil, a moda é sobretudo uma expressão da sociedade e, consequentemente, traduz o cenário do seu tempo através da indumentária. Por ser viva, ela se transforma junto com o mundo e acompanha a humanidade até mesmo nos momentos mais incertos, como o que estamos vivendo.
No histórico da moda pós-guerra, pudemos observar uma mutação às forças na vestimenta. Em 1920, após o fim da Primeira Guerra e da Gripe Espanhola, surgiu um novo comportamento entre os jovens que ressaltava a importância em viver a vida como se não houvesse o amanhã. As mulheres se sentiam agora libertas com as criações revolucionárias da estilista Coco Chanel que retratavam o minimalismo, a praticidade e o conforto.
Já em 1945, com o fim da Segunda Guerra, a atitude da moda seguiu um caminho diferente. Na busca de reencontrar a feminilidade delicada e trazer uma mensagem de esperança e beleza, Christian Dior elabora o New Look, trazendo de volta a estética exacerbada da Belle Époque.
O momento que vivemos agora é de pandemia mundial, mas podemos aprender muito com o que foi vivido nas épocas das guerras. Por mais que seja especulado como a moda atual se adequará a esse cenário, não há certeza alguma por qual caminho seguiremos. Será que o consumismo desenfreado irá diminuir seguindo a tendência mundial da sustentabilidade ou consumiremos ainda mais num excesso desenfreado como forma de recompensa?
Beijos, Blenda Mota!
* Dados: ABIT – Associação Brasileira de Indústria Têxtil e de Confecção
Imagem capa: @ Erich Hartmann/Magnum Photos